quarta-feira, 27 de novembro de 2013

ÍNDIO GUARANI É ASSASSINADO NO OESTE DO PARANÁ

BERNARDINO, PRESENTE!
SOMOS TODOS GUARANI!


Mesmo que a história oficial omita que o processo de colonização do oeste do Paraná deu-se a partir do derramamento de sangue indígena, este fato concreto ocorreu desde o momento das reduções jesuíticas, e se intensificou nas fases posteriores.

Para além da história que não nos é contada, somente nos últimos dez anos ocorreram 560 assassinatos e 206 casos de suicídio de indígenas no Brasil (dados do Conselho Indigenista Missionário– CIMI). Apesar dos índices serem alarmantes, estes dados refletem apenas parte da triste realidade vivenciada cotidianamente pelos povos indígenas na sua luta pelas condições de sobrevivência.

Atualmente, a maior reivindicação nacional dos povos indígenas é a demarcação das terras tradicionais, sendo que para eles o território assume uma conotação cosmológica, que garante tanto a reprodução material, bem como a simbólica. Ou seja, não existe cultura e vida indígena sem a garantia da territorialidade.

Porém, isso tem sido dificultado principalmente pelo projeto agroexportador, que incentiva a produção desenfreada em busca de lucro, tratando a terra como um mero negócio, sem se preocupar com a natureza e com os povos que dependem dela para coexistir.

Para piorar, o Governo Federal, representado pela Ministra Gleisi Hoffmann (PT), suspendeu o processo de demarcação de terras e desenvolve uma política de enfraquecimento da FUNAI, além de buscar fortalecer as posições de órgãos claramente comprometidos com o agronegócio e os ruralistas.

Dado esse impasse, na região oeste do Paraná tem sido realizada uma campanha de disseminação de ódio e mobilização contrária aos povos indígenas, incentivada pelos defensores das oligarquias locais e as organizações ruralistas. Inclusive boa parte dos deputados da região já se colocaram contrários à demarcação de terras.

Como resultado desses conflitos e a perda de territórios, a taxa de suicídio entre os guaranis é 34 vezes maior que a média nacional. E na região oeste do Paraná isso é acompanhado pelos casos de suicídio ocorridos em Guaíra. O que mais assusta é que, durante uma campanha de conscientização sobre as causas indígenas que realizamos neste ano, deparamo-nos até com crianças nas escolas falando que “índio bom é índio morto”.

E, na semana passada, o guarani Bernardino Dávalo Goularte foi assassinado. Na volta de um jogo de futebol que ocorria em outra aldeia, um carro prata com três pessoas dentro passou disparando várias vezes, atingindo Bernardino com três tiros, além de uma das crianças que o acompanhava ter sido atingida de raspão na cabeça, no braço e na perna. Esse fato ocorreu no centro da cidade. Em visita às aldeias Tekohá Y’Hovy e Tekohá Mirim, as lideranças nos informaram que várias ameaças já ocorreram desde o início do ano como forma de intimidar os indígenas.
No entanto, a mídia local fez pouco caso da situação e a trata como se fosse resultado de uma briga de bar. Para nós, esse não é um caso isolado e merece uma profunda investigação. Não podemos descartar a possibilidade de ter ocorrido em função do conflito anunciado na região.

Diante desta atrocidade cometida contra a vida Guarani, vimos manifestar nosso repúdio e prestar nossa solidariedade. Os povos Guarani, que sempre estiveram presentes na região do Guairá (margens do Rio Paraná), resistindo às atrocidades cometidas pelo “homem civilizado”, mantém firmes a sua luta. E nós pretendemos fortalecer esse movimento.

Solicitamos publicamente uma rápida investigação para encontrar os assassinos e os possíveis mandantes do crime e a subseqüente punição.

Para resolução do conflito, é necessária a retomada dos estudos para a demarcação. É preciso defender a vida acima do lucro!

GLEISI HOFFMANN, NÃO SE PERMITA SUJAR AS MÃOS COM O SANGUE DOS INOCENTES QUE BUSCAM VIVER EM HARMONIA COM A NATUREZA!

SOMOS TODOS GUARANI!
BERNARDINO, PRESENTE!

BASTA ÀS MORTES DE INDÍGENAS:
PELA DEMARCAÇÃO DAS TERRAS TRADICIONAIS!


Organizações que se solidarizam:

1.     APP Sindicato – Núcleo Sindical de Foz do Iguaçu
2.     Assembléia Nacional de Estudantes – Livre ANEL
3.     Associação dos Estudantes de São Pedro do Iguaçu – AESPI
4.     Central Sindical e Popular CSP – Conlutas
5.     Centro Acadêmico de Ciências Sociais – Toledo
6.     Centro Acadêmico de Geografia – Marechal Cândido Rondon
7.     Centro Acadêmico de História – Marechal Cândido Rondon
8.     Centro Acadêmico de Serviço Social – Toledo
9.     Centro de Direitos Humanos CDH - Foz do Iguaçu
10.  Coletivo Movimente-se UEM – Maringá
11.  Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Londrina
12.  Diretório Central dos Estudantes da Unioeste – Foz do Iguaçu
13.  Diretório Central dos Estudantes da Unioeste – Marechal Candido Rondon
14.  Diretório Central dos Estudantes da Unioeste – Toledo
15.  Geografia das Lutas no Campo e na Cidade GEOLUTAS – Marechal Candido Rondon
16.  Grupo Tortura Nunca Mais – Foz do Iguaçu
17.  Intersindical
18.  Levante Popular da Juventude
19.  Movimento Fronteira Zero – Foz do Iguaçu
20.  Movimento Juventude Consciente – Toledo
21.  Movimento Mulheres em Luta – MML
22.  Movimento Universidade Popular – Foz do Iguaçu
23.  Partido Comunista Brasileiro – PCB
24.  Partido Socialismo e Liberdade – PSOL
25.  Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU
26.  União da Juventude Comunista - UJC

sábado, 23 de fevereiro de 2013

DEBATE Degradação anunciada do trabalho em frigoríficos no oeste do Paraná

Convidamos todos os trabalhadores em frigoríficos e das indústrias da região oeste do Paraná, bem como trabalhadores em geral, estudantes, sindicalistas, partidos políticos, pesquisadores, desempregados, aposentados, trabalhadores lesionados e acidentados por causa do trabalho, imprensa, professores, servidores públicos e militantes políticos para participarem do evento que estamos organizando: 

Debate "Degradação anunciada do trabalho em frigoríficos no oeste do Paraná", em ocasião do Dia Internacional de Prevenção às Lesões por Esforços Repetitivos (LER). Ocorrerá no dia 28 de fevereiro de 2013, a partir das 19h, no mini-auditório da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE/Campus de Toledo.

Entrada franca.

Precisamos debater as degradantes condições de trabalho que são impostas aos trabalhadores e nos organizarmos politicamente para enfrentar isso e avançar na conquista e manutenção dos nossos direitos! Não podemos deixar continuar a ilusão de desenvolvimento e progresso social à custo da vida de milhares de trabalhadores!

APLER - Associação dos Portadores de Lesões por Esforços Repetitivos

domingo, 30 de dezembro de 2012

TODO APOIO AOS TRABALHADORES DA DIPLOMATA EM CAPANEMA!


RELATO-MANIFESTO SOBRE A SITUAÇÃO DOS TRABALHADORES DA DIPLOMATA

Milhares de trabalhadores da empresa Diplomata de Capanema-PR, controlada pelo Deputado Federal Alfredo Kaefer (PSDB), estão sendo vítimas de diversos ataques da empresa contra seus direitos. Desde 2008 a empresa não deposita o FGTS, há três meses não fornece cesta-básica, há dois não paga os salários e, neste final de ano, não pagou o 13º e nem outros benefícios. A empresa, assim como outras da família Kaefer, já vem sendo motivo de protestos em diversos municípios do Paraná e de outros estados.

A EMPRESA PODE TER ADIADO A "FALÊNCIA" PARA APLICAR UM GOLPE ECONÔMICO?
A suspeita foi levantada pelos credores na ação de recuperação judicial que tramita na 1ª Vara Cível de Cascavel-PR

A Diplomata buscou em agosto a recuperação judicial, para evitar a falência, em função das dívidas milionárias e irresponsáveis que fizeram. Porém, desde então, não se apresentou informações necessárias para a justiça. Uma dessas informações referente a real riqueza de Alfredo Kaefer. A justiça decidiu investigar mais a fundo e constatou que, às vésperas do pedido de recuperação judicial, Kaefer transferiu diversos bens para terceiros e, após isso, se afastou da direção da empresa, a fim de evitar que suas propriedades fossem executadas devido às dívidas. Há fortes indícios de que o empresário e político tucano ainda controla a empresa, direta ou indiretamente. Em outubro foi entregue o plano de recuperação, porém, quase nada vem sendo cumprido. A justiça determinou o bloqueio das contas bancárias. A dívida ultrapassa R$600 milhões e aumenta a cada dia. Somente com folha de pagamento, são mais de R$3 milhões.

Em função destas circunstâncias, os trabalhadores, ao perceberem que não tinham suporte por parte do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Francisco Beltrão e Região – que se eximiu quase que inteiramente nesse processo, decidiram pela greve no dia 15 de dezembro. Dias após, dezenas de famílias resolveram cercar a empresa e acampar em frente aos portões, devido não terem mais condições sequer de pagarem o aluguel, as contas de água e luz e mesmo garantir sua alimentação diária. Fizeram isso como forma de não deixar que as mais de 150 toneladas de frango que se encontram no interior do frigorífico deixem o local sem garantia de que essa mercadoria possa se converter no pagamento de seus salários. Mesmo a situação estando tão complicada, pouca coisa está sendo feita para resolver a questão.

Situação similar ocorreu em Cascavel, na empresa Globoaves - também da família Kaefer, em que os trabalhadores tiveram o 13º salário atrasado e ameaçam greve. Em Xaxim-SC, a justiça determinou a suspensão das atividades da Diplomata, devido à falta de pagamento dos trabalhadores e o endividamento de pequenos agricultores.

A SITUAÇÃO DOS TRABALHADORES ESTÁ DRAMÁTICA
Diante dessa grave situação, membros de organizações de luta política da região oeste e sudoeste deslocaram-se para o local onde os trabalhadores estão acampados para acompanhar de perto, tomar o relato dos próprios trabalhadores e verificar possibilidades de apoio. Chegando lá, observaram-se as condições subumanas de sobrevivência a que foram submetidos os trabalhadores.

Sem contar com qualquer apoio por parte da Prefeitura ou do Governo do Estado, improvisaram uma cozinha coletiva e revezam-se diariamente para recolher doações nas ruas da cidade e no comércio, a fim de conseguirem comprar alimentos. Um dia garantindo o próximo. Alguns já perderam a moradia e grande parte deles corre risco de despejo por falta de pagamento de aluguel. Os pagamentos de prestações de casa própria também estão em atraso. Passaram a comemoração do natal na rua, o que deve se repetir na virada do ano. E, ainda, estariam sendo chantageados e ameaçados para que deixem o local. Além disso, a empresa demitiu os trabalhadores da segurança, que estavam também com os salários atrasados, e contratou uma grande equipe de segurança privada armada de Cascavel para fazerem ronda.

Confira o vídeo da passeata que os trabalhadores organizaram autonomamente no centro de Capanema exigindo os seus direitos e os salários:
http://www.facebook.com/photo.php?v=313092078809344


Mesmo a empresa não depositando o FGTS há cinco anos, nas eleições de 2010 a Diplomata doou aproximadamente R$2 milhões para a campanha de Alfredo Kaefer, este político irresponsável que levou a empresa para a falência. Já a Globoaves repassou quase R$1 milhão para a campanha dele. As mesmas empresas que alegam não terem recursos para pagar os trabalhadores, esbanjam no financiamento político daquele que coloca em risco as condições de vida dos trabalhadores e, segundo a justiça, pode estar aplicando golpes econômicos com manobras jurídicas.

A omissão por parte da prefeitura de Capanema, a ineficiência e o silêncio do sindicato, a truculência da empresa e a tentativa de fuga de responsabilidades de Alfredo Kaefer, tudo isso recai sobre os próprios trabalhadores que tem somente seu corpo e seu espírito para garantir o seu sustento, que lhes está sendo negado. Sem contar que também está prejudicando os fornecedores de aves e trabalhadores das granjas e do transporte de cargas, que também passam por privações devido à falta de pagamentos. E isso tudo traz também um grave impacto na economia regional.

Não se pode deixar que uma crise dos patrões seja utilizada como motivo para descontar todo ônus nos trabalhadores! Destacamos a necessidade de ampla solidariedade das pessoas e organizações para com a causa e de que o município auxilie essas famílias. É urgente que a empresa acerte com os trabalhadores todas as pendências e que sejam punidos os responsáveis por esses crimes. Repudiamos publicamente o Dep. Fed. Alfredo Kaefer (PSDB) por não respeitar nem a dignidade tampouco o direito dos trabalhadores.
-PELA ATENÇÃO IMEDIATA DA PREFEITURA DE CAPANEMA E DO GOVERNO DO ESTADO AOS TRABALHADORES!
-PELO PAGAMENTO IMEDIATO DOS SALÁRIOS!
-PELA PUNIÇÃO DE ALFREDO KAEFER!
-PARA SALVAR A ECONOMIA LOCAL E OS EMPREGOS: ESTATIZAÇÃO DA EMPRESA SOB O CONTROLE DOS TRABALHADORES!

Capanema, 29 de dezembro de 2012.

Representações presentes na ocupação dos trabalhadores
ADVT – Associação de Defesa dos Vitimados pelo Trabalho/Francisco Beltrão
Partido Socialismo e Liberdade – PSOL | Núcleos de Francisco Beltrão e Toledo
Diretório Central dos Estudantes da UNIOESTE/Marechal Cândido Rondon
Centro Acadêmico de Historia da UNIOESTE/Marechal Cândido Rondon

Representações que se somam à luta dos trabalhadores
APP de Luta e Pela Base – Oposição APP Sindicato/Região Oeste
Assembléia Nacional dos Estudantes Livre – ANEL Paraná
ASSIBGE - Sindicato Nacional IBGE - Núcleo Sindical Paraná
Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural  - ASSESSOAR
Associação dos Estudantes de São Pedro do Iguaçu – AESPI
Associação dos Geógrafos Brasileiros - AGB Seção Marechal Cândido Rondon
Associação dos Pós-Graduandos da Unioeste – APG
Casa da América Latina - Foz do Iguaçu
Centro Acadêmico de Ciências Sociais "Florestan Fernandes"  - UEM
Centro Acadêmico de Ciências Sociais da Unioeste/Toledo
Centro Acadêmico de Comunicação Institucional UTFPR
Centro Acadêmico de Direito “XVIII de Novembro” da Unioeste/Marechal Cândido Rondon
Centro Acadêmico de História "Nadir Aparecida Cancian" – UEM
Centro Acadêmico de Serviço Social "Divanir Munhoz" – UEPG
Centro de Direitos Humanos - CDH Foz do Iguaçu
Centro de Direitos Humanos – CDH Londrina
Centro de Estudos Políticos e Culturais de Londrina

Coletivo Barricadas Abrem Caminhos
Diretório Acadêmico de Biologia Erasmus Darwin - UEPG
Diretório Acadêmico de Geografia Luis André Sartori - UEPG
Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Maringá – DCE UEM
Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Ponta Grossa – DCE UEPG
Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual do Centro Oeste – DCE UNICENTRO (Irati)
Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – DCEs UNIOESTE (Francisco Beltrão/Toledo)
Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Ceretta - Marechal Cândido Rondon
Partido Comunista Brasileiro - PCB Foz do Iguaçu
Partido Socialismo e Liberdade – PSOL Paraná | DIREÇÃO ESTADUAL
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU Região Oeste
Pastoral Operária de Marechal Cândido Rondon
Rompendo Amarras – Campo de Juventude e Movimento Estudantil

Sindicato Docente da Unioeste - ADUNIOESTE/Seção Sindial do ANDES-SN
Sindicato dos Técnicos em Segurança do Trabalho do Paraná - SINTESPAR/Sudoeste
Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público do Paraná - SINDITEST

União da Juventude Comunista - UJC Foz do Iguaçu
Unidade Classista - Foz do Iguaçu

Confira mais informações:
Frangos são abatidos fora do peso ideal por falta de ração no PR
Diplomata paga conta de luz e Copel restabelece energia elétrica no frigorífico
Funcionários do Frigorífico Diplomata protestam contra falta de pagamento
Funcionários impedem a entrada de caminhões com frangos no frigorífico Diplomata
Funcionários cercam Diplomata por salários atrasados
Funcionários do frigorífico em Capanema fizeram um pedágio hoje pra comprar comida

Fotos: Lorenzo Gabriel Balen 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Criado o Núcleo Paraná/Região Oeste da AUDITORIA CIDADÃ DA DÍVIDA


Criado Núcleo da Auditoria Cidadã da Divida

(postado no blog de Laerson Matias - presidente da APLER)

No dia 7 de dezembro passado (sexta-feira) foi criado o Núcleo Paraná (Região Oeste) da Auditoria Cidadã da Dívida Pública (http://www.divida-auditoriacidada.org.br/). O evento inaugural contou com a presença da Coordenadora Nacional, Maria Lúcia Fattorelli, que apresentou uma palestra sobre “A Dívida Pública em Debate: saiba o que ela tem a ver com a sua vida”. A palestrante é Auditora aposentada da Receita Federal e participou da Auditoria realizada no Equador, que resultou na redução em 70% da dívida naquele país (http://www.divida-auditoriacidada.org.br/artigos/artigo.2010-03-26.5542250391).
O movimento pela Auditoria Cidadã decorreu do resultado do Plebiscito da Dívida Externa, realizado no Brasil em setembro de 2000, pela Campanha Jubileu Sul, no qual 6 milhões de pessoas, de 3.444 municípios do País, se manifestaram, sendo que mais de 95% votaram NÃO à manutenção do Acordo com o FMI, NÃO à continuidade do pagamento da dívida externa sem a realização da auditoria prevista na Constituição Federal e NÃO à destinação de grande parte dos recursos orçamentários aos especuladores.
Enquanto o Congresso Nacional não convoca a auditoria oficial, como determina a Constituição Federal, um grupo de entidades vem se organizando para promover uma auditoria que se denomina cidadã, exatamente pelo fato de estar sendo realizada por cidadãos e para os cidadãos.
O objetivo da auditoria da dívida é dissecar o processo de endividamento do País, revelar a verdadeira natureza da Dívida e, a partir daí, promover ações no sentido de reduzir o montante das Dívidas Interna e Externa.
O grupo de trabalho da Auditoria Cidadã tem acessado documentos e realizado estudos, visando a resgatar o processo histórico do endividamento, apontando suas causas. Simultaneamente, tem acompanhado o comportamento do endividamento e seus mecanismos na atualidade. Todos os trabalhos realizados são amplamente divulgados por meio de publicações didáticas, tais como boletins, cartilhas, vídeo e livro, além das informações disponibilizadas em sua página na internet.
          
O evento em Cascavel, realizado no dia 7 de dezembro passado, contou com 43 pessoas que assinaram a lista de presença. No final, quatro entidades formalizaram sua participação no Núcleo: Adunioeste, Sindprev (Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social), DCE (campus de Marechal Cândido Rondon), APG/Unioeste (Associação de Pós-Graduandos) e AP-LER (Associação dos Portadores de Lesões por Esforços Repetitivos).          


No dia seguinte (8/12), as entidades que inicialmente compõem o Núcleo da “Auditoria Cidadã da Dívida”, se reuniram na sede do Sindiprevs, em Cascavel, com a presença de Maria Lucia Fattorelli, e realizaram uma produtiva reunião para deliberar sobre os encaminhamentos para viabilizar a organização e funcionamento do Núcleo. Foi deliberado que o “Núcleo Paraná - Região Oeste da Auditoria Cidadã da Dívida” irá funcionar na sede da Adunioeste e caberá à Adunioeste a tarefa de coordenar o Núcleo. Foi deliberado também que no início da segunda quinzena de janeiro/2013, o “Núcleo Paraná - Região Oeste da Auditoria Cidadã da Dívida” realizará a sua primeira reunião para planejar as atividades que serão desenvolvidas no próximo ano.

Dentre as atividades que o “Núcleo Paraná - Região Oeste da Auditoria Cidadã da Dívida” poderá desenvolver, de acordo com Fattorelli, destacam-se as seguintes:
- Organizar reuniões periódicas para estudos e troca de ideias sobre Caderno de Estudos e demais publicações a respeito da dívida federal e estadual, já disponibilizadas na página da Auditoria Cidadã da Dívida;
- Realizar debates locais, tais como seminários, palestras a respeito da temática Dívida Pública;
- Organizar Audiências Públicas locais – de preferência na Assembleia Legislativa e Câmaras Municipais - objetivando criar uma Frente Parlamentar para investigação da dívida pública local estadual e municipal;
- Realizar levantamento estatístico sobre o estoque das dívidas interna e externa do estado ou do município, bem como do fluxo de pagamentos de juros e amortizações;
- Conhecer e divulgar as Análises Técnicas da Recente CPI da Dívida Pública, realizada na Câmara dos Deputados, sobre as dívidas dos estados e municípios;
- Solicitar informações e documentos sobre o endividamento local - do estado e/ou dos municípios.
- Reproduzir os informativos nacionais e elaborar materiais com dados locais dos municípios da região e do estado do Paraná;
- Utilizar as mídias locais das entidades apoiadoras (sindicatos e demais entidades) para divulgar as informações produzidas nacionalmente e localmente

No início do próximo ano as Entidades que compõe o Núcleo Paraná divulgarão maiores informações a respeito das atividades que serão realizadas pelo “Núcleo Paraná - Região Oeste da Auditoria Cidadã da Dívida”. 

sexta-feira, 25 de maio de 2012

CARTA ABERTA SOBRE O DESPEJO OCORRIDO EM GUAÍRA-PR


CARTA ABERTA SOBRE O DESPEJO OCORRIDO EM GUAÍRA-PR

Conforme foi noticiado pelos meios de comunicação da região Oeste do Paraná, na manhã do dia 22 de maio de 2012 ocorreu despejo feito pela Polícia Militar de aproximadamente 50 famílias de trabalhadores que residiam no Bairro Vila Alta, em Guaíra. Segundo as informações noticiadas nos meios de comunicação, a desocupação teria sido pacifica e as famílias já seriam encaminhadas para um cadastro para receber casas populares ou para casas de parentes.

Porém, em vista da necessidade de conhecer mais sobre o caso e acompanhar de perto a real situação daquelas famílias, na manhã do dia 24 de maio de 2012 (quinta-feira), uma comitiva de representantes de organizações sociais e políticas da região Oeste/PR, além de um advogado, realizou uma visita a um alojamento, onde se encontra a maior parte dessas pessoas. Ao contrário do que foi noticiado pela imprensa, deparamo-nos com uma situação caótica.
Centenas de policiais cercaram toda localidade e não permitiam
a aproximação dos moradores da localidade
Segundo relato dos moradores a desocupação não foi pacífica. Eles teriam sido pegos de surpresa, no início da manhã, pois não sabiam que estava ocorrendo o cumprimento de uma liminar de reintegração de posse, solicitada pela Prefeitura Municipal. Assim, as famílias foram arrancadas de suas casas sob o terrorismo psicológico imposto pelos policiais e ainda sob ameaça de prisão.

Cerca de 300 homens da PM cercaram o bairro, retirando as pessoas de suas casas, separando os homens das mulheres e prendendo-os numa área próxima. Durante horas essas pessoas foram expostas a uma situação degradante, vexatória de humilhação. Moradores de bairros próximos foram impedidos de se aproximar do local.

Os moradores que haviam saído para o trabalho antes do despejo, ao retornar,depararam-se com os escombros de seus lares, bem como seus móveis destruídos. Foi no curto período de tempo da desocupação até a chegada de caminhões da prefeitura em que os moradores puderam retirar um pouco de seus pertences. Muitos móveis, roupas e eletrodomésticos foram perdidos.
Moradores inconformados com a destruição de suas casas
Várias famílias haviam feito empréstimo consignado para construção de suas casas, agora, mesmo sem casa, deverão continuar pagando.

Hoje, a situação dessas famílias é de calamidade. Alguns conseguiram encontrar apoio de parentes. Outros, segundo relato dos moradores, estão nas ruas. A maioria deles está amontoada no Centro Náutico Marinas, mediante recomendação da Prefeitura, em condições sub-humanas.
No local há goteiras, as crianças estão sem aula, há
apenas um chuveiro para todas as famílias e os moradores não
conseguiram recuperar suas roupas para se protegerem do frio
As crianças estão sem acesso à escola e o transporte não passa na região. Após o poder público criar tal situação de risco para as crianças, agora os representantes do conselho tutelar ameaçam retirar as crianças da guarda de seus pais. Os moradores estão sem acesso aos seus pertences que haviam conseguido salvar inclusive idosos estão sem acesso aos seus medicamentos. Eles estão passando frio e se encontram em condições precárias de higiene. O local é cheio de goteiras, o que mantém as pessoas úmidas o tempo todo. Vários trabalhadores perderam seus empregos.

Segundo os relatos dos moradores, já havia quase um ano que eles estavam na área.São famílias pobres que não tem condições de pagar aluguel. Antes da vinda dos moradores, no local,havia um depósito de entulhos. Posteriormente, houve uma pequena criação de gado. Hoje se encontram no local somente os destroços dos móveis e das casas.
O local hoje é o retrato de um campo de guerra. Muitos trabalhadores já
haviam investido em suas casas, que foram destruídas às pressas.
Apesar dessa situação, há pouca repercussão no município de Guaíra cujo à população pouco sabe sobre o futuro dessas famílias. Além disso, as famílias não podem recuperar o que foi perdido enão há garantia de que terão casa popular, apesar das promessas. O que, ainda, se for o caso, pode demorar meses.

Diante dessa situação, as organizações abaixo-assinadas resolvem encaminhar a presente carta aberta à comunidade para divulgar a situação dos moradores. Fazemos isso, também, como uma forma de cobrar mais publicidade sobre o caso e pressionar o poder público local para que se responsabilize e apresente uma solução imediata para um problema que ele mesmo criou.

Nos solidarizamos com estes trabalhadores e chamamos a população a se somar na construção de uma rede de apoio, visando que seja respeitado o direito dessas famílias, assim como de inúmeros outros trabalhadores de nossa sociedade, a terem acesso a uma moradia digna.

Marechal Cândido Rondon, 24 de maio de 2012.


ADUNIOESTE (Sindicato dos Docentes da Unioeste)/Seção Sindical do ANDES-SN
APLER - Associação dos Portadores de Lesões por Esforços Repetitivos
APP de Luta e Pela Base – Oposição Alternativa  (Núcleo Sindical de Toledo)

Associação Atlética Acadêmica de Engenharias da Unioeste de Toledo - AAAEUT
Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) - Seção Marechal Cândido Rondon

Associação dos Pós Graduandos da UNIOESTE (APG)

Centro Acadêmico Chico Mendes | Geografia - UNIOESTE/ M. C. Rondon

Centro Acadêmico de Ciências Sociais - CACS | Unioeste Toledo
Centro Acadêmico de Engenharia de Pesca – CAEP  | Unioeste Toledo
Centro Acadêmico de Química - CAQ | Unioeste Toledo
Centro Acadêmico de Secretariado Executivo - CASEC | Unioeste Toledo
Centro Acadêmico de Serviço Social - CASS | Unioeste Toledo
Centro Acadêmico XVIII de Novembro | Direito - UNIOESTE/ M. C. Rondon

Centro Acadêmico Zumbi dos Palmares | História - UNIOESTE/ M. C. Rondon

CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular)/Oeste do Paraná
Diretório Central dos Estudantes (DCE) UNIOESTE/Campus de M. C. Rondon

Diretório Central dos Estudantes (DCE) UNIOESTE/Campus de Toledo

GEOLUTAS – Laboratório de Geografia das Lutas  no Campo e na Cidade

Grêmio Estudantil do Colégio Ceretta/Mal C. Rondon
Grupo de Estudos Marxianos Latino-Americanos
INTERSINDICAL
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) – Toledo

Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) - Marechal Cândido Rondon

Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU/Regional Oeste
Pastoral Operária – Marechal Cândido Rondon

quinta-feira, 8 de março de 2012

MOVIMENTO ESTUDANTIL AVANÇA NO PARANÁ E FAZ GOVERNO RECUAR!!!